Um dia destes

E quando a vida nos ensina que aquilo que temos é a verdadeira felicidade?
E quando vemos que os planos não correram de acordo com o definido e, por algum acaso, as coisas acabaram por correr bem?
E quando nos sentimos sós?
E quando o nosso coração salta no nosso peito ao som daquela música (e tu não estás aqui)?
E quando o vento que bate no nosso rosto, e o sol que nos encandeia, deixarem de se fazer sentir?
E quando nos sentimos arrebatados pelo frenesim em que vivemos e aquilo que mais queremos é ter tempo para as pessoas importantes?
E quando os amigos verdadeiros, aqueles com quem chorámos, rimos, nos embebedámos, que sabem os nossos segredos, estão longe? E quando sentimos a falta deles?
E quando sabemos que o dia de hoje pode ser o último, não o nosso último (necessariamente), mas o último de alguém, o último de alguma coisa?

O grito teme em soltar-se, a loucura invade cada célula, o corpo vibra. Correr, correr até alcançar aquilo que não existe. Saltar no vazio, a sensação de queda que nos faz acordar.

Acordamos e esquecemos isto tudo, fica lá atrás num cantinho da nossa memória, até um dia destes (...)

[agora completem a história]